Ele chegou
com uma surpresa- uma passagem para Nova York. Como estava sobrecarregado de
trabalho, ela iria com a amiga.
Telefonou
para dizer que chegou bem, não o encontrou, mais duas tentativas. Nada.
Desistiu.
A amiga solícita passou a fornecer os comprimidos para dormir- não poderia
estragar a viagem.
De volta,
fingiu estar tudo bem. Ele em casa, o vinho francês de sempre, o silêncio
conhecido.
Maria, a
empregada de anos lhe diz: ”Dona Silvia, desculpe lhe dizer, mas o doutor não
esteve aqui nem um dos dias em que a Senhora esteve fora”.
Um dia a
loja de importados entrega os vinhos e um champanhe. Fica feliz. Quem sabe ele
estaria diferente hoje? Ao ler a nota lê:
“Duas
garrafas de champanhe”.
Ele ousa:
“Levei a outra garrafa para festejar os gols no clube”.
Noutro dia
o telefone toca, uma voz feminina, a amante antiga do marido:
- “Você
está com ele, mas é a mim que ele ama, sua vaca”.
Fechou a
casa, abriu o gás e colocou a cabeça dentro do forno.
Ele não
precisaria mais mentir, nem ela fingir.
De 05/06/05
4 comentários:
parabéns pelo novo espaço, Laura. tudo lindo - layout, fotos... seus textos, dispensa né?
bjs, Dalva.
Adorei sei novo espaço...só para os contos.
Leio e aprecio todos.
Bjs.
Bonito espaço e os mini contos são bem legais.
A alternativa 2 poderia ser....esperou por ele deu-lhe um tiro no peito
Não precisaria mais fingir e nem ele mentir.
Se é ´ra morrer alguem que seja ele e não eu.
Agora de verdade eu iria embora barendo a porta e pisando duro, pelo menos até a esquina.
beijos
Puxa vida, nossa..., difícil de digerir! Acontece muito por aí! Adorei! Abços.
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