quinta-feira, 7 de julho de 2011
A ponta/ sem revisão
O guarda- chuva
Do banheiro escutou a campainha tocar três vezes e as batidas insistentes na porta. Era ele, sabia. Passava das três horas quando desligou a TV.
O terno branco ainda reluzia. O rosto dele, também branco, a assustou. Não precisou perguntar, ele disse:
- Acabo de matar um homem que me seguia, um assaltante.
- Como?
- Com o guarda- chuva.
- Mas...
- Com a ponta do guarda- chuva.
Abraçou-a fortemente. Tremia.
Ela silenciou. Esperou que parasse de tremer e disse:
- Tome um banho morno, está suando frio.
O terno jogado na cadeira não tinha mancha de sangue. Nada.
Do banho ele foi direto para a cama.
Esta noite não a desejou como todas as noites.
Ela sentiu alivio.
Nunca mais falaram sobre aquela noite.
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