terça-feira, 26 de outubro de 2010

Mini conto: Quase amargo

Quase amargo


Viu os olhos dele a fulminarem quando disse:
Não mudo uma vírgula na minha vida por você.
Lança afiada no coração. Por uns segundos, pensou como viveria sem
ele.
Mas o amor dela é tanto que supre o dele. "Homem maduro, coração
duro.
Foi até a cozinha. Fez o café como ele gosta- quase amargo. Ao oferecer a xícara seus olhos eram frios. Deixou que tomasse o café, aproximou-se. Beijou seus lábios até adocicarem e ele a tomar nos braços. Ela o amaria mais densa que nunca- teve os segundos de luto - beijaria aquele corpo religiosamente até ele lhe oferecer o gozo em jorros e entrega.
Lavou o sexo com força.
Depois, na praia, se jogou na areia molhada. Pensava: se o mar me quiser, que leve.
A maré rasa não a carregou.
Levantou quando ouviu vozes de crianças em volta.
Foi seu ultimo carnaval.

Nenhum comentário: