terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Miniconto: Nada além de boa noite
Ele ligou dizendo que não virá jantar, terá uma reunião de trabalho.
- “Ok. Vai chegar a que horas?”.
- “Assim que terminar a reunião, lá por dez horas, suponho”.
Não arrumei a mesa, como sempre, comi na cozinha. Antes de nos encontrarmos, eu lanchava à noite. Ele gosta de jantar, de um vinho.
Dez e meia e ele não chega. Não usa celular- odeia. Detesta falar ao telefone. Começo a ficar aflita. A cidade é perigosa.
Onze horas e ele não chega. Onze e dez: ele liga e diz que estão num bar comendo algo. Fico aliviada.
Resolvo deitar. Ele chega alta madrugada. Está trôpego, encontro-o na sala tirando os sapatos. Precisou sentar para não cair. Não é sempre que faz isto. Penso que felizmente não está dirigindo. Prefiro não dizer nada além de boa noite. Volto para a cama.
Minutos depois ele se joga ao meu lado sem usar o banheiro. Fico de costas. Ele me puxa, me vira, sinto o hálito de álcool. Tenho sono, quero dormir. Ele me beija e sobe sobre mim. Há meses não fazíamos sexo. Mesmo com sono me abro receptiva. Seu corpo está mais pesado. Não consegue se apoiar no braço.
Digo: “Está me machucando”.
Ele parece não ouvir. A ternura que tenho se esvai. Empurro-o com força, pego o pênis em ereção e aperto, agito, num sobe e desce, para facilitar. Ele joga-se para trás com prazer. Procuro olhar o sexo penetrando em mim- me dá prazer. A raiva desaparece. Quando ele está pronto me avisa: “Vem comigo”. Mentalizo o sexo em mim e gozo. Ele solta o corpo pesado.
Minutos depois ronca ao meu lado. Eu me levanto e me lavo.
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