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Exausta, a cabeça confusa, ela resiste diante da tela. A cama esticada, a lua na moldura... Foge.
De manhã o vento aflige- é louca varrida. À tarde, sonada. Ao entardecer, acalma. À noite, é paz, monja. Nada a desejar.
A voz dele a acordou. Levantou, ajeitou o cabelo. O ruído da janela trouxe o seu olhar doce.Nada disseram. Não precisava.Sabia que teriam um bom dia.
Via-a com outro na arquibancada. Subiu para o trapézio despedindo-se solene. Apenas ela saberia que o salto mortal foi por ela.
Despertou, pensou nele. Dói o estômago- fome. Queria não levantar. Queria que o corpo não o desejasse. Ou não desejasse, simplesmente.
Ela diz: Casa comigo? Ele responde: “É preciso pensar muito”. Surpresa, ela voltou a sonhar com um amor.
Ela diz: Vamos tomar um café qualquer dia? Sim, este fim de semana. Ela aguarda. Nunca mais se falaram. O telefone permanece mudo.
O olhar dele perpassa estranhos, como um feixe de luz, a desperta.
Semi- desperta o sol aquece suas costas, vira-se, deseja-o em seu ventre. Ele se esconde.
O sol invade sua cama. Abre-se desejando amor. Uma nuvem vem e o encobre.
Meus olhos do asfalto alcançaram o mar, também cinza. À frente, uma mancha vermelha e uma moto no chão. Foi sua última viagem.
Falava sem parar, indignada. Ele fixa os olhos em sua boca, sem ouvi-la. Num gesto rápido, coloca a mão entre suas coxas. Ela se cala.
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
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