quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Concurso de Microcontos





Há um concurso de micros no Twitter,
é preciso colocar
#ETC_BIENAL
no final.



Aqui estão alguns:



Penso: basta! O carteiro entrega um pacote. Dentro dizia: "lembrei de você". O livro: “Paixão-oãxiaP”. Devoro - o livro, claro.


Ouço passos, não me volto. Espero as mãos cobrirem meus seios, a respiração aquecer minha nuca fria. Aos poucos me viro - ávida.



Penso há dias em esquecê-lo. Intrigada entro na casa iluminada. Ele sorrindo, taça na mão: “Estou à sua espera, querida”. Sempre surpreende.



Abriu a janela, deitou na nesga de sol no assoalho frio. Um feixe a cortou ao meio. Pensou nele. Esqueceu-se.


Semi-desperta, deitou na nesga de sol no assoalho frio. Um feixe a cortou ao meio. Tirou a roupa, lembrou dele. Não gemeu, chorou.


Deitou na nesga de sol no assoalho frio. Um feixe a cortou ao meio. Pensou nele. Abriu-se. Deixou que o sol a tomasse - plena.



Rubro e úmido, meu sexo aguarda o teu buscando outros sexos.



Quando a campainha tocou, enrolou-se na toalha. Molhou o chão frio. No olho mágico, ele ria abraçado à outra. Não abriu.



O sangue espirrou, vi, desta vez, os seus olhos suplicarem.



Teu corpo, pronto e belo, me faz desejar montar até a exaustão.



A mão na coxa me puxa, rude. Não há como dizer não.



"Eu te amo", diz. Teus olhos negam. Minha mão constrita te afasta.



Escuto passos, não me volto. Tuas mãos, taças, aquecem meus seios.



Te encontro pronto, teus pés em oferenda. Lírios brancos. (baseado no livro de Raduan Nassar "Um copo de cólera").



Arranhado diz, rindo: “foi você". Amanhã não rirá lanhado por mim.



Não vi quando ele saiu sem se despedir. A lua lá fora brinca entre nuvens de chuva fina. Aqui dentro, silencio sem dor.



Vão-se os amores, em mim fica a calidez de suas mãos no meu corpo, antes frio e seco.



Vou deitar, não há rio no meu leito.



Quis fazer das pernas tesouras- cortar- tua força venceu.



Dói áspero teu sexo, me rasga.Finjo prazer para te esfaquear de costas.



Cerrei os olhos, úmida e quente, deixei que fosse até minh'alma.



Despertei suja de sêmen, corri a mão no lençol. Frio. Calafrio



Escondi a faca de cortar carne, esta seria sua última trepada.



O sangue espirrou, vi, desta vez, os seus olhos suplicarem.



Vi o pânico nos olhos, tomei seu corpo com mais desejo. Fundo.



Deu um grito gutural, da boca saia uma espuma branca. Era tarde.



Quando a onda me engoliu, pedi perdão, e não socorro.



O sangue espirrou, vi, desta vez, os seus olhos suplicarem.



Um sonho: voar. Um dia, subiu, pernas pesadas, até a cobertura. Partiu alada. Vestia camisola, fazia frio e era meio dia.



Tomava banho quando a campainha tocou. Enrolou-se na toalha. Molhou o chão frio. No olho mágico, ele ria abraçado à outra. Não abriu.



Sentiu a mão dele no joelho. Não se moveu. Vagou os olhos. Deixou que subisse mais. Ai fechou as pernas com força. Ele corou. 







No portão, o avô disse a seu pai: Você levou uma, trouxe três, leve as crianças. Mate-as, disse o pai. Última vez que o viu.




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