domingo, 3 de outubro de 2010
Miniconto: Ata-me II - revisto
Semidesperta olha a janela sem cortinas. Encolhe-se fugindo do sol que aquece a cama. Cobre os olhos com o lençol. Ouve ruídos.
A vida é laço esgarçado- desfaz-se.
Desatar nós, atar.
Semidesperta adivinha a duna dourada, as vacas pastando. Encolhe-se, mais ainda, fugindo do sol que toma cama. Cerra os olhos.
Um cheiro familiar. Alguém faz café. O estômago dói. O corpo tem fome. Ela não.
Desatar nós, atar.
Como se a mão que os aperta é frouxa?
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Experimente atar usando duas mãos. Ainda que, por serem frouxas, não consigam um nó, talvez seja possível um laço bonito e firme.
Que bonito, Elianne!
me emocionou.
estou mesmo muito triste por meu primo, estamos sentindo muito, muito. Me sinto magoada.Uma morte tão violenta.
Atar é sempre bom, mas perigoso, como tudo que é bom na vida!
Bjs
atar é melhor ser livre, ter companhia cada uma no limite do que se deseja de cada um, mas nunca cadeia
Postar um comentário