sábado, 3 de julho de 2010

Miniconto- arquivo: Pele de seda






Pele de seda



A pele macia no banho a fez desejar que as mãos dele a tocassem. "Pele de seda", ele dizia. Depois se amavam ainda molhados até o quarto escurecer. Então, ele se levantava, tomava banho. Ela, na cama, à espera do beijo de despedida, enrolava-se no lençol para levá-lo até a porta.
Voltava para a cama, mal comia.
Permanecia assim dias- em estado de graça. Depois vinha a ausência e ia murchando.
Não se queixava, sabia de cor as regras. Desejava apenas amá-lo mais uma vez, quem sabe mais outra, até desistir de viver.

Seria fácil desistir.

Nenhum comentário: