terça-feira, 23 de novembro de 2010

Às quatro e dez- corrigido(hora)

Olhou o relógio atrás do balcão, três e meia, ele não viria mais. As mesas vazias, a tarde morna. O garçom, recostado no portal, olhava para ela e para a rua. Pediu uma água mineral. "Sem gelo, por favor", disse. Marcava quatro e cinco, quando entrou uma mulher. Escolheu a mesa do canto oposto, pendurou a bolsa na cadeira, enquanto sentava jogou o cabelo para trás. Rescendia a perfume.
Às quatro e dez, entrou um homem. Ela levantou-se, beijaram-se na boca. As roupas discretas contrastavam com as coloridas dela. Ele sentou, aproximou a cadeira, abraçou-a. Sorriam e beijavam-se. Os dois estavam com os lábios vermelhos e lambuzados de batom.
Os olhos da mulher que esperava turvaram. Disfarçou, abriu a bolsa, pegou o telefone- sem créditos- leu: “Querida, ainda estou na correria, mais tarde, passo na sua casa.”. Olhou para o garçom. Fingiu mandar uma mensagem.
Não viu quando anoiteceu, nem quando o casal saiu. O restaurante estava cheio quando sentiu a perna adormecida ao levantar-se.
Seguiu à direita em direção ao mar.

4 comentários:

A blogueira disse...

Gosto muito dos seus escritos, eu já disse. São sempre intensos, íntimos.
Tem sempre alguma coisa neles que mexe com quem lê, sabe?

parabéns.
=)

Nei Lima disse...

Olá, Laura!
Futucando os blogs sobre arte eu acabei por chegar até aqui, depois de ler o seu fascinente relato sobre o mestre Juarez Machado. Eu tive a sorte e o prazer de ser recebido por ele em seu ateliê no Itanhagá, último endereço antes de partir em (quase) definitivo para Paris. Lembro que levei um desenho que fiz dele e em retribuição me presenteou com um de seus livros e um carinhoso autógrafo!
Na época ele estava usando um colete para sustentar um problema que futuramenter agravaria a sua coluna. Depois disso eu o vi em outros momentos durante algumas de suas exposição aqui no Rio, mas como um fã tímido eu me contentava em somente vê-lo ao longe, sempre assediado por várias pessoas e de quase chorar em frente às suas telas de tanta emoção ao saborear cada uma de suas pinceladas. Um misto de inveja e excitaação por ver aqueles trabalhos ao vivo e a cores saltitantes aos olhos. Isso sem falar de suas belíssimas e esguias mulheres sempre em trio adornando as composições e os nossos corações desavisados!
Bem, a minha missão aqui é a de tentar iniciar uma amizade com você, já que ambos somos fãzocos do mestre Juarez.
Um amigo meu, o João Jabuhrer, que é jornalista e pesquisador e colecionador de arte, também faz parte do nosso "clube" e está se preparando para organizar uma exposição em homenagem aos 70 aninhos do Ju, também está tentando um contato com você para ver se podemos fazer um "triângulo amoroso" em torno do Juarez e descobrir o que temos para tentar realizar este evento, que penso vai ser uma maravilhosa homenagem!
Eu tewnho muitas coisas coisas impressas e alguns originais dele.
Espero que possamos iniciar essa amizade então!
Meu endereço de email é:
neilima7@hotmail.com

Um abraço!

Anônimo disse...

Madame,

Je me permets de vous contacter qui vous semblez avoir été très proche du peintre Jean GUILLAUME.

Je suis actuellement à la recherche d'informations le concernant, pourriez-vous me contacter à
promatet@andriveau.fr

D'avance merci.

Pascal ROMATET

Cristiane A. Fetter disse...

OI Diz, aqui é a Cristiane do To Doida, vim aqui atendendo a sua solicitação, mas infelizmente eu moro em New Jersey, que é bastante longe da CA.
bjks