domingo, 7 de agosto de 2011

Às três da manhã


Às três da manhã II


Às três da manhã, ele veio até nosso quarto, acendeu a luz e disse:
- Olhe para mim, é a última vez que me vê.
Sonada, mal ouvi. Mais tarde decifro ao ouvir um barulho ensurdecedor.
Levanto atordoada. Ele está caído no chão da varanda, a cabeça arrebentada, sangue por toda parte, cheiro de sangue. Pego no revólver, tento entender como foi. Corro desesperada pela casa. Grito por socorro: ninguém ouve, não há ninguém perto.
Os cães fuçam o corpo, lambem o sangue.
Sento no chão e choro desesperada.
Não preciso ter vergonha. Ele não está mais ali.

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